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Testes de ADN vão identificar vítimas não reclamadas
Tuesday 23rd of February 2010
Author: Céu Neves
Published in: Diário de Notícias

Mortes. Foram encontrados 48 corpos e realizadas 42 autópsias. Os funerais começam hoje, com enterro de bombeiro.

img39001 "Está lá o Jorginho, estou a ver a mão." As palavras são dirigidas a uma mulher que ficou viúva, com dois filhos. É um dos mortos que o Governo Regional da Madeira não contabilizava ao fim do dia de ontem. Foram encontrados 48 e realizadas 42 autópsias, faltando ainda identificar 13 corpos, casos em que serão usados testes de ADN, que os peritos qualificam de último recurso. Os funerais começam hoje, com o enterro de um bombeiro que morreu em serviço.

Jorge Freitas, 43 anos, taxista, foi retirado pelos bombeiros às 13.30 do Corsa. A posição indica que teve a noção do perigo que corria. Seguia na estrada luso-brasileira, junto à via rápida que desce do Monte, quando voou por cima de uma casa de primeiro andar e se foi encaixar entre duas casas, onde já estavam dois carros.

A mulher de Jorge, Goretty Rodrigues, 37 anos, tinha poucas dúvidas de que o marido estaria morto. "Estava em casa, mesmo ali à frente, na Rua de Santa Luzia, com os meus filhos. O meu marido ia no carro com o pai. Voaram. Só pode estar lá dentro", lamenta enquanto observa o trabalho dos bombeiros. Olha sem querer ver.

A família viveu na Venezuela, onde Goretty nasceu e de onde veio há 12 anos. Tem um casal de gémeos de seis anos. É uma das pessoas que os responsáveis da Câmara Municipal do Funchal (CMF) querem ajudar.

O aparecimento deste corpo não foi referido pela secretária regional do Turismo, Conceição Estudante, ontem, no balanço final do dia. Sublinhou que eram 42 as vítimas mortais da catástrofe e que não tinha sido encontrada mais nenhuma nas últimas 24 horas (até às 19.00). E repetiu o número, mesmo quando os jornalistas rebateram com os dados do autarca funchalense: 29 mortos no total, seis encontrados ontem.

Os funerais das vítimas têm hoje início. O bombeiro Francisco Belo, que faleceu a tentar socorrer uma mulher, vai hoje a enterrar no cemitério do Monte, uma das freguesias do Funchal mais atingida pelo temporal.

À medida que são encontrados, os corpos são levados para a morgue do SAMS, que se encontra no Aeroporto do Funchal para situações de emergência, onde está uma equipa de 12 elementos do Instituto Nacional de Medicina Legal.

"Todos os corpos são autopsiados numa situação destas. É preciso garantir que as pessoas sejam todas identificadas, o que tem acontecido com a maioria das vítimas mortais da Madeira. Foram retiradas amostras de ADN, que foram reservadas para as situações em que não se conseguem identificar por outros meios", explica a professora Cristina Mendonça, de Coimbra, e que chefia a equipa.

Estão concluídas 42 autópsias, existindo 13 corpos por identificar. Só em último caso se recorrerá aos exames ADN para fazer essa verificação. Aconselham-se as famílias dos desaparecidos a deslocarem--se à morgue improvisada.

Ontem foi grande a expectativa junto ao Centro Comercial do Anadia, correndo várias informações sobre o número de mortos soterrados. Mas a secretária regional Conceição Estudante garantiu que retiraram a água do -1 e não encontraram corpos.

Fonte: Diário de Notícias

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