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Base de dados de ADN conseguiu apenas 8.000 amostras em sete anos
Sunday 12th of February 2017
Author: LUSA
Photo: REUTERS/HANDOUT
Published in: Público

A base de dados de perfis de ADN, que permite o seu cruzamento rápido com amostras recolhidas nos locais dos crimes, faz hoje sete anos e segundo a página da internet do Conselho de Fiscalização da Base de Dados de Perfis de ADN, recebeu, entre 12 de Fevereiro de 2010 e 31 de Dezembro de 2016, 8.139 amostras, das quais 5.820 são de condenados (71%).

No ano passado, deram entrada 1.538 perfis de ADN, mais 126 do que em 2015, quando foram inseridos 1.412. Os anos 2013 e 2014 foram aqueles em que foram recolhidos mais perfis: 2425 e 1733, respectivamente.

No primeiro ano de existência, foram inseridas 56 amostras, aumentando para 277 em 2011 e para 698 em 2012.
Segundo os dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, entidade responsável pela base de dados, há também 2.136 amostras problema (colhidas em locais de crimes), 15 de familiares de pessoas desaparecidas, 125 de profissionais e quatro de voluntários.

Em sete anos, foram feitos 134 pedidos de 27 países para cruzamentos de dados entre 270 perfis, adiantam os dados disponíveis do Conselho de Fiscalização, entidade administrativa independente que controla a base de dados de perfis de ADN e que responde perante a Assembleia da República.

A base de dados permite fazer o cruzamento de amostras recolhidas no local do crime, ou mesmo de vítimas, com os perfis já identificados e registados, e recolher amostras de ADN em pessoas ou cadáveres e compará-las com as de parentes ou com aqueles existentes na base de dados, com vista à sua identificação.

Numa conferência realizada no ano passado, o director do Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária, Carlos Farinha, considerou que o número de perfis de ADN disponíveis na base de dados é ainda "muito reduzido" e identificou como um dos problemas o desconhecimento do legislador sobre o que consistem.

Como exemplo, referiu que a França tem 400 vezes mais perfis que Portugal, a Alemanha 200 vezes mais, a Suíça 30 vezes mais e a República Checa 20 vezes mais.

Na altura, Carlos Farinha disse também que, ao contrário de outros países da Europa, Portugal não dispõe de perfis de ADN de arguidos.

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